A acirrada rivalidade entre o Partido dos Trabalhadores (PT), liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, e o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem sido uma marca em nível nacional, parece ter cedido espaço para surpreendentes conexões e alianças políticas no estado do Ceará. Em diversas cidades cearenses, dirigentes dessas duas agremiações partidárias têm laços familiares e construíram relações políticas pouco usuais. Em alguns casos, a proximidade entre os partidos se traduz literalmente em um romance político.
Na cidade de Cairús, por exemplo, o prefeito Wilamar Palácio foi eleito sob a bandeira do PL em 2020. Entretanto, em 2022, ele migrou para o PT. O curioso é que ele deixou sua esposa, Maria Ivone Palácio de Oliveira, à frente da presidência do diretório municipal do PL, o partido de Bolsonaro. Dessa forma, Wilamar Palácio pretende buscar a reeleição em 2024 com o apoio de ambas as legendas, em um movimento que desafia as fronteiras partidárias tradicionais.
Em Fortim, a harmonia entre o prefeito, Naselmo Ferreira, filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e a primeira-dama, Telma Cesário, presidente do diretório municipal do PL, também é notável. Ferreira é aliado do governador Elmano de Freitas, do PT, e o casal promove uma espécie de convergência política entre os dois partidos. Telma Cesário, em 2022, não hesitou em pedir votos para os candidatos do PT em suas redes sociais e acompanhou o marido em eventos de campanha.
Já no município de Beberibe, a prefeita Michele Queiroz, também filiada ao PL, surpreendeu ao manifestar seu apoio ao então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições de 2022. Queiroz é aliada do ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana, filiado ao PT. A prefeita participou ativamente da visita de Lula ao estado em maio daquele ano, enaltecendo a presença do "ilustre presidente" durante o lançamento do programa de escolas em tempo integral. Apesar desse apoio, Michele Queiroz continua no PL e planeja disputar a reeleição em 2024.
Essa proximidade aparentemente improvável entre os dois partidos visando as eleições do próximo ano tem causado irritação, principalmente entre algumas lideranças bolsonaristas. Nas redes sociais, o senador Magno Malta já expressou sua indignação, sugerindo que, se o PL se alinhar ao PT, deverá fazê-lo discretamente, pois os conservadores e patriotas optarão por deixar o partido pela porta da frente.
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